'Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza, tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o
que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que
começa'.
(Cora Coralina).
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
'Humildade'
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